Se tudo sair como pretendem, cada um a seu modo, os senadores Dário Berger (Psb) e Jorginho Mello (Pl) estarão em lados opostos na disputa pelo governo do Estado este ano. O primeiro pleiteia liderar a frente de esquerda que vai colar na candidatura presidencial de Lula (Pt), enquanto o outro ambiciona ser o único palanque da reeleição do presidente Jair Bolsonaro (Pl) em Santa Catarina. Neste momento do jogo, no entanto, ambos fizeram uma tabela involuntária em que atingem um alvo comum: o governador e pré-candidato à reeleição Carlos Moisés (Republicanos).
No evento realizado pelo Psb catarinense no sábado, em São José, Dário Berger atacou o governador na gestão da saúde. Foi um dos pontos principais de seu discurso para as lideranças do partido. Dário disse que o atual governo distribui “pix” aos prefeitos sem planejamento enquanto faltam leis de Uti pediátricas para as crianças no interior do Estado.
– O governador que iniciou seu governo criminalizando a política e os políticos, está fazendo o que de pior existe na política que é o toma lá da cá. Não há planejamento e nem sensibilidade social – afirmou.
Ainda nas críticas à saúde, Dário disse que desde que entrou na política ouve os governantes prometerem que vão acabar com “ambulâncioterapia” e que quase 30 anos depois ela continua existindo. Fez uma comparação direta com seus mandatos à frente da prefeitura de Florianópolis, quando garantiu atendimento médico noturno e nos finais de semana no Sul e no Norte da Ilha com a construção de policlínicas.
– É inadmissível que um paciente precise sair de São Miguel do Oeste para vir a Florianópolis fazer um exame ou uma cirurgia – criticou.
O palanque em que Jorginho Mello disparou críticas a Moisés, por sua vez, foi eletrônico. Em entrevista ao Conexão ND, sexta-feira, atacou diversos pontos da gestão – a começar pelo que chamou de desequilíbrio financeiro entre o Estado e o cidadão.
– O Estado vive divulgando recordes de arrecadação, mas o pagador de impostos não tem sentido o retorno em serviços públicos de qualidade – afirmou.
Jorginho também falou sobre falta de descentralização dos serviços de saúde, mas foi mais ríspido ao falar de infraestrutura. Criticou o repasse de recursos para obras nas rodovias federais.
– O governador nunca foi lá, em Brasília, junto com a bancada, para pedir dinheiro para as estradas de Santa Catarina. Ele quis fazer uma média agora colocando dinheiro na BR-470, para dizer que ele está colocando dinheiro nas rodovias federais. Ele deveria era arrumar as estradas estaduais, em que os buracos estão pedindo licença para entrar.
Sobre a foto em destaque:
Em agosto do ano passado, no Senado, Dário, Jorginho e Moisés estavam na mesma mesa. Agora só em debate eleitoral. Foto: Roque de Sá, Agência Senado.