Apesar de ir ao encontro de uma demanda geral do governo federal e dos empresários, o presidente nacional do Sebrae, Décio Lima (PT) considera insuficiente o patamar do corte de meio ponto percentual na taxa básica de juros (Selic) anunciado pelo Banco Central nesta quarta-feira. Segundo Décio, a análise parte daqueles que enxergavam, nos indicadores da economia, espaço para uma redução mais significativa.
– A economia brasileira tem respondido positivamente. O país teve o quarto maior crescimento do PIB no primeiro trimestre entre todas as economias globais. Somamos um volume de US$ 166,5 bilhões em exportações, com superávit de US$ 45,5 bilhões, o maior da nossa história. Além disso temos mantido, de modo consistente, a retomada dos empregos formais – disse.
Nesse contexto, segundo o presidente do Sebrae, é “injustificável” que os donos de pequenos negócios tenham de tomar empréstimos com uma taxa de juros tão elevada.
– O empreendedor precisa ter acesso a crédito a um custo viável para poder investir e ajudar o país a retomar o crescimento. Mas, com as condições atuais, é pegar um empréstimo para falir ou quebrar amanhã – avalia.
Dados de um levantamento do Sebrae, feito em parceria com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), indicam que 63% dos pequenos negócios tinham dívidas ou empréstimos no último mês de abril, sendo que pouco mais da metade dos empreendedores (52%) tinham 30% ou mais do seu custo representado pelo pagamento dessas dívidas.
– Os pequenos negócios têm respondido por 7 em cada 10 novas vagas de empregos formais e contribuem diretamente para a vida de 85 milhões de pessoas, um contingente maior do que a população de países como França, Reino Unido, África do Sul e Argentina. Com essa importância para a economia, as MPE precisavam ter assegurado o acesso a taxas de juros mais favoráveis e que não representassem um risco futuro à saúde financeira das empresas.
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Foto: Ascom/Sebrae