Eleito no ex-nanico Psl, a bordo da Onda Bolsonaro em 2018, o deputado federal Coronel Armando (Psl) torce para que desta vez o presidente opte por um partido de maior porte. Disposto a acompanhar Jair Bolsonaro em qualquer legenda que ele escolha, o parlamentar entende que as condições políticas de 2022 farão com que o presidente precise contar com estrutura partidária e mais tempo no horário eleitoral.

Essa escolha tem que ter critérios. Eu acho que dessa vez o presidente não deveria estar em um partido tão pequeno. Ele vai precisar de tempo de televisão e de rádio, essa campanha vai ser diferente da de 2018. Acredito que isso deve ocorrer um pouquinho mais tarde, até o fim do ano, início do ano – disse Armando, entrevistado na manhã desta sexta-feira por mim e pelo jornalista Adelor Lessa na Rádio Som Maior.

O deputado federal acredita que a escolha do presidente será feita no final do ano, após a aprovação do Orçamento, para blindar a proposta da possibilidade de que a definição do novo partido tenha efeito sobre a base aliada no Congresso. Perguntado se tinha alguma torcida específica de destino para Bolsonaro, Armando sinalizou para um dos partidos mais tradicionais no Estado.

Primeiro, esse partido precisa ser de direita. Os partidos mais à direita no Estado de Santa Catarina é o Pp. Acho que o Pl, o Ptb também está se mostrando agora um partido grande. O Patriota é um partido que é de direita, mas hoje a estrutura dele é muito pequena e talvez não seja conveniente para o presidente. Psc já fez convite ao presidente, é um partido que tem 11 deputados federais. Para nós, como deputados, precisamos de um partido que nos dê espaço. Para o presidente sempre vai ter. Isso faz parte da política.

Armando também avaliou que o candidato de Bolsonaro ao governo do Estado deve ser o senador Jorginho Mello (Pl), mas lembrou que isso depende de fatores da política nacional, como a manutenção do apoio do Pl ao presidente no Congresso, questões locais e a própria escolha do partido.

– Hoje eu vejo o senador Jorginho Mello, que tem acompanhado o presidente em todos os momentos, é uma pessoa que o presidente tem valorizado, sempre tem citado o Pronampe. Jorginho trabalha na Cpi do Covid. Vejo essa aproximação, quando estive com o presidente em Joinville e São Francisco do Sul. Na motociata, o Jorginho estava na garupa do presidente. Nesse momento, essa é a aproximação. Mas a gente não pode descartar se o presidente for para o Pp, a possibilidade do senador Esperidião Amin vir a concorrer, não podemos descartar o prefeito de Chapecó, João Rodrigues, que priva de uma amizade com o presidente e se saiu bem em uma pesquisa eleitoral. Acho que esses três são os mais próximos do presidente.

Armando também avaliou a aproximação de Bolsonaro com o Centrão, que tem garantido governabilidade e proteção política no parlamento.

Eu desconhecia a política e vinha com uma visão das Forças Armadas em que uma decisão é cumprida mesmo que se discorde. Na política isso não ocorre. Para aprovar os assuntos, é preciso ter maioria, ter votos. A maioria lá no Congresso são partidos de centro e o presidente viu que sem essa maioria ele não ia conseguir aprovar nada. Apesar de ser base do governo, esse centro não vota com o governo em todos os momentos. Essa é uma dificuldade que a gente tem. Mas a gente precisa deles – afirmou Armando.

Ouça a íntegra da entrevista:


Sobre a foto em destaque:

O deputado federal Coronel Armando (Psl) foi entrevistado no estúdio da Rádio Som Maior nesta sexta-feira. Foto: Vitor Netto, Som Maior.


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