As eleições deste ano em Santa Catarina prometem novidades em relação a práticas recorrentes das disputas. Uma delas, os partidos devem apostar na antecipação das convenções partidárias que definem os candidatos oficiais para a eleição. Quatro das mais importantes legendas da disputa – Mdb, Progressistas, Psd e União Brasil – anunciaram que vão fazer as convenções logo no primeiro sábado do prazo autorizado pela legislação eleitoral – 23 de julho. Tradicionalmente, os partidos deixam para realizar os encontros ao final do prazo, para ganhar mais tempo para as articulações.

Pela regra, as convenções precisam ser realizadas entre 20 de julho e 5 de agosto. Embora o registro seja realizado até 15 de agosto, após as convenções os candidatos estão homologados pelos partidos – deixando a condição de pré-candidatos. Diferentes motivos fazem as quatro legendas anteciparem a posições, mas algo une a todos – com a campanha eleitoral mais curta, não há tempo a perder.

Maior partido do Estado, o Mdb deve levar para a convenção seu dilema maior: apostar na candidatura própria com o ex-prefeito de Jaraguá do Sul, Antídio Lunelli, ou aceitar a composição com o governador Carlos Moisés (Republicanos), que oferece aos vagas de senador e vice-governador na chapa – deste que este não seja Antídio. Após a visita do presidente em exercício do Mdb-SC, Edinho Bez, a Jaraguá do Sul, quinta-feira, o cenário colocado hoje é de que Antídio vai ter o nome na convenção. Até lá, os defensores da aliança governista devem apresentar uma chapa alternativa com um vice ao gosto do Moisés. Ao Senado, o favorito é o deputado federal e presidente licenciado Celso Maldaner, que ganhou o apoio de Bez no início da semana, mas o deputado federal Rogério Peninha e o ex-governador Paulo Afonso Vieira também postulam a vaga.

No Progressistas, segundo partido do Estado em número de prefeitos e vereadores, a data do 23 de julho também marca uma decisão sobre protagonismo. O senador Esperidião Amin tem percorrido Santa Catarina com o discurso de que vai apresentar seu nome para concorrer ao governo na convenção. Ao mesmo tempo, lideranças como o prefeito Joares Ponticelli defendem a aliança com Moisés, mesmo com a participação do tradicional rival Mdb na composição. Amin tem desafiado os defensores da aliança a apresentarem a tese na convenção, mas isso não gerou nenhum movimento concreto. O senador, no entanto, também mantém conversas com o senador e pré-candidato a governador Jorginho Mello (Pl), que sonha com um Amin – a deputada federal Angela ou o deputado estadual João – como vice em sua chapa. Os encaminhamentos para a convenção devem ser definidos em uma reunião prévia da executiva estadual, marcada para 11 de julho.

Sem maiores impasses, Psd e União Brasil vão fazer convenção conjunta para celebrar uma chapa majoritária já anunciada: Gean Loureiro (União) governador, com Eron Giordani (Psd) de vice e Raimundo Colombo (Psd) ao Senado. Nesse caso, a pressa é a necessidade de colocar oficialmente a campanha na rua. Ex-prefeito de Florianópolis, Gean apresenta índices de intenção de votos modestos e amplo desconhecimento junto ao eleitorado do interior do Estado.


Sobre a foto em destaque:

Em 2018, convenção do Psd foi realizada em 21 de julho, também no início do prazo legal. Foto: João Debiasi, Divulgação.

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