Pré-candidato a governador pelo Mdb desde o ano passado e indicado pelo partido para compor como vice na chapa do governador Carlos Moisés (Republicanos), o ex-prefeito jaraguense Antídio Lunelli repetiu no Plenário Podcast desta terça-feira o que disseram na véspera, na tumultuada reunião do diretório estadual do Mdb: se for vetado na chapa por Moisés, vai disputar na convenção estadual da legenda, marcada para 23 de julho, para concorrer a governador. Na entrevista, Antídio relatou a conversa que teve com o próprio Moisés antes da reunião, quando o governador deixou claro que prefere outro nome para vice, e fez críticas a lideranças históricas do partido.
– O governador está colocando que ele quer escolher o vice e está tudo certo. Mas se o governador não aceitar a indicação do partido, eu continuo sendo pré-candidato, sim. Vou à convenção, sem problema nenhum. Apoiarei quem vencer. O governador ofereceu as duas vagas para o Mdb, a vaga ao Senado e a de vice. Eu aceitaria ser candidato ao Senado, mas acabei declinando por questões empresariais em que temos com Bndes em que há cláusulas de barreira. Eu não poderia disputar a eleição de senador, deputado federal e parece que nem deputado estadual.
Antidio diz que retirou a pré-candidatura na reunião da executiva estadual realizada dia 20 em um gesto de união do partido entre o desejo da bancada estadual de apoiar Moisés e o anseio da base partidária por candidatura própria. Ele acredita que houve falha de comunicação entre o presidente estadual, agora licenciado, Celso Maldaner, e o governador sobre a decisão. A conversa aconteceu apenas na manhã de ontem, após Moisés já ter dado sinais de que não pretendia ter Antídio como vice. O ex-prefeito de Jaraguá do Sul também se encontrou com Moisés na segunda-feira e relatou que ele explicitou o desejo de contar com outro nome por causa das críticas feitas por Antídio à gestão.
– Minhas críticas existem, acontecem, é nossa forma de colocar e isso faz parte da democracia. A sugestão é de que tivesse outro nome que não fosse tão crítico ao governo. Ele disse que seria um casamento em que se começa já dando explicações.
Antídio abriu o verbo contra caciques emedebistas que questionam publicamente sua candidatura. Ele não disse os nomes dos ex-governadores Paulo Afonso Vieira e Eduardo Pinho Moreira.
– Temos sempre o palpite e a crítica deste elementos que estão aposentados há mais de 30 anos. E temos outros que ainda se acham donos do partido, mas que se colocarem o nome à disposição, não conseguem se eleger para deputado. Fiz umas críticas em relação a isso, porque se a gente começar a lavar roupa suja, vai aparecer coisa. A pior coisa que existe é o tal do fogo amigo. Falam de construção, construção, construção de partido e são pessoas que não dão oportunidade para os novos e os jovens que estão aí. Nosso partido carece de renovação e não é de hoje. São pessoas que mamam na teta do governo há vida inteira e tem medo de um cara como eu. Nosso partido diz que não tem coronel, mas tem sim. E gente pendurada como jabuti há 50 anos nos galhos.
Ouça Antídio Lunelli no Plenário Podcast:
Sobre a foto em destaque:
Antídio Lunelli discursa na reunião do diretório do Mdb-SC. Foto: Divulgação.