Antídio marca presença em Joinville

Em ritmo de pré-campanha ao governo, o prefeito jaraguaense Antídio Lunelli (Mdb) viveu mais um dia de comício no feriado. Desta vez foi em Joinville, onde teve a confirmação do apoio do diretório municipal com direito a entusiasmadas manifestações de lideranças locais – o ex-prefeito Udo Döhler e o deputado estadual Fernando Krelling à frente.

De novo, não

Em seu discurso, Udo Döhler elogiou o prefeito de Jaraguá do Sul por dar “um belo exemplo para o país de que é possível fazer gestão pública com qualidade”. O joinvilense também disse que o Mdb “só perde uma eleição para si mesmo” e conclamou os presentes a “não repetir os erros do passado”. Em 2018, era em Udo que cabia o figurino do empresário que entrou para a política com discurso focado na gestão, mas acabou desistindo da pré-candidatura ao governo por não querer enfrentar a prévia contra o deputado federal Mauro Mariani e por desconfiar dos incentivos que vinham do então governador e possível candidato Eduardo Pinho Moreira.

Aprendiz

De qualquer forma, Antídio Lunelli parece ter aprendido com os erros do passado citados por Udo. Uma crítica comum em 2018 era de que o ex-prefeito joinvilense queria ser ungido candidato a governador. E, todos sabemos, o Mdb catarinense nunca foi de limusine buscar alguém em casa para ser candidato ao governo.

Núcleo base

O ato em Joinville é importante para Antídio, que precisa convencer o partido e aliados de que será absorvido como candidato local pela cidade de maior eleitorado do Estado. O caminho entre Jaraguá do Sul e o Centro Administrativo passa por Joinville. Mas para isso, a conversa não deve ser apenas com os emedebistas da cidade, mas com o Pib. Não que seja um problema – Antídio sabe esse idioma.

“A gestão do Antídio Lunelli é um grande exemplo para o Brasil. Onde a gente vai as pessoas perguntam sobre ele. O MDB só tem um candidato ao governo do Estado que é Antídio Lunelli. Capaz, honesto, trabalhador, competente e gente séria. Lunelli é o que a população quer”.

Fernando Krelling, deputado estadual, despachando a pré-candidatura do senador Dário Berger.

Aquele 1%

Eu bem disse que quando se trata do novo destino partidário do presidente Jair Bolsonaro (ex-Psl), 99% é pouco. A troca intensa de mensagens na madrugada – leia o texto de Maga Stopassoli – entre o presidente e o dono da legenda, Valdemar da Costa Neto, colocou em suspenso por alguns dias a filiação ao Partido Liberal (Pl) e deixou em pé os cabelos que o senador catarinense e pré-candidato ao governo Jorginho Mello (Pl) ainda não tem.

Volta pra mesa

Jorginho Mello foi convocado por Valdemar junto com todos os demais presidentes estaduais do Pl para uma reunião na quarta-feira onde será tratada a situação da filiação de Bolsonaro ao partido.

Aliás

Quando o presidente Bolsonaro disse que estava 99% no Pl e que o único entrave era a situação em São Paulo, maior colégio eleitoral do país, tudo indicava que algo estava errado com o percentual.

Lula e os tucanos de estimação

Nem Lula e nem Geraldo Alckmin rejeitaram de antemão a especulação sobre uma chapa formada por ambos na disputa pelo Palácio do Planalto em 2022. Algo inimaginável para quem assistiu o debate entre ambos no segundo turno das eleições de 2006. Na época, o petista dizia que – entre os tucanos – preferia José Serra e o atual anticristo Aécio Neves. Eram os tempos de chapa informal “lulécio” em Minas Gerais. Resgato uma frase de Lula em sabatina da Folha de S. Paulo naquele segundo turno e comparo com a mais recente.

“Eu tenho uma relação com o Serra infinitamente melhor do que com o Alckmin. Eu tenho uma relação com o Aécio que eu considero extraordinária, como amigo, como político, sabendo que estamos em partidos diferentes. É como se ele tivesse ido a um baile num lugar e eu a um baile em outro. Agora, nós gostamos de dançar e temos muitas afinidades.”

Lula em 2006, quando preferia Aécio.

Tenho extraordinária relação de respeito com o Alckmin, fui presidente enquanto ele era governador. Não há nada que aconteceu entre nós que não possa ser reconciliado. Política é como futebol, você dá uma canelada no cara, ele cai chorando de dor, mas depois que termina o jogo, eles se encontram, se abraçam, vão tomar uma cerveja e discutir o próximo jogo. Política é assim.

Lula em 2021, mais chuchu que pão de queijo.

Em tempo

É improvável a chapa Lula/Alckmin. Esse flerte todo é para ver se o paulista topa ser candidato ao Senado na chapa de Fernando Haddad (Pt) ao governo de São Paulo.

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