Apesar da nomeação de André Fufuca (PP-MA) como ministro dos Esportes, e da possibilidade cada vez mais concreta de que outro nome do Progressistas (PP) assuma a presidência da Caixa Econômica Federal, o senador e presidente em exercício do PP-SC, Esperidião Amin, garante que o partido “não deve nada” ao governo Lula (PT) e se mantém como oposição. A garantia está firmada por uma lista de 11 “mandamentos” aprovada por unanimidade pela executiva nacional da legenda na terça-feira.

Durante entrevista aos jornalistas Adelor Lessa, Maga Stopassoli e Upiara Boschi no quadro Plenário, na rádio Som Maior nesta quinta-feira, Amin citou princípios como “estímulo a quem quer empreender” e “defesa das liberdades individuais” como itens da tábua. Ainda, que a postura do PP em relação a questões políticas, como a reforma tributária, não significam apoiar o governo petista.

– Falo pessoalmente por mim. Se falarem que estou ‘falando bem da reforma tributária’, eu critico as coisas ruins, mas defendo as boas. Acho que a reforma tributária não é coisa deste governo ou daquele outro, por isso que nunca saiu. O governo nunca se empenhou. Então acho que uma coisa é a postura política, outra coisa é apoiar o governo. Não tenho nenhum compromisso com o governo, meu partido não tem.

Recentemente, o deputado federal maranhense André Fufuca assumiu o ministério dos Esportes, indicado por Lula em substituição à ex-atleta Ana Moser. Para Amin, isso não significaria que o partido está com Lula – mas que se trata de uma decisão particular do parlamentar.

– Fufuca está no governo, o partido não. Não foi indicado por nós. “Ah mas vocês vão ter o presidente da Caixa”. Pode ser que tenha. Não vamos cassar o cara. Agora, meu partido não tem compromisso com o governo. Continuamos na oposição, nunca fomos inquisição, nunca expulsamos ninguém por um voto que alguém deu. Isso é coisa do PT e de outros partidos dogmáticos.

Amin reiterou ser contrário à criação de um conselho federativo para arbitrar a divisão entre Estados e municípios dos impostos sobre consumo e serviços. O senador avalia que essa nova instância conspira contra a federação.

– Significa mais Brasília e menos Brasil. E o partido homologou isso (a contrariedade à criação), somos baseados em municipalismo – disse.


Sobre a imagem em destaque:

Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) promove audiência pública do ciclo de debates temáticos para tratar a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 45/2019, que trata da reforma tributária. Presidente eventual da CAE, senador Esperidião Amin (PP-SC) conduz audiência. Foto: Marcos Oliveira/Agência Senado.

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