Um alento aos que sempre perguntam sobre as chances de renovação nas cadeiras da Assembleia Legislativa nas eleições de 2022: o percentual de novos deputados estaduais eleitos vai começar em 32%% antes mesmo de serem totalizadas as urnas eletrônicas. Não se trata de nenhuma previsão baseada em ondas eleitorais, mas na simples constatação de que até agora 13 dos 40 parlamentares têm afirmado que não pretendem concorrer à reeleição ano que vem. 

Essa lista é puxada por nove deputados estaduais ambiciosos. Eles querem disputar vagas na Câmara dos Deputados na próxima eleição. Um deles é ainda mais – Kennedy Nunes (Ptb) trabalha em sua pré-campanha para senador. A renovação aberta previamente tem maior concentração nas bancadas do Mdb, do Psl e do Psd, onde 10 dos 18 parlamentares não devem ser candidatos à reeleição.

Entre os emedebistas, maior bancada da Alesc com nove integrantes, tendem a ficar fora da disputa para continuar ocupando gabinetes no Palácio Barriga Verde os três pré-candidatos a deputado federal: Ada de Luca, Luiz Fernando Vampiro (licenciado para ocupar a Secretaria de Educação) e Valdir Cobalchini. A eles vai se somar Moacir Sopelsa, que deve encerrar a carreira política ao final de seu sexto mandato – está na Alesc desde 1999. Pelo acordo entre os emedebistas, ele viverá seu ano de despedida em 2022 como presidente da Alesc, ocupando a vaga hoje exercida por Mauro de Nadal (Mdb).

Fenômeno eleitoral de 2018, o Psl – ex-partido do presidente Jair Bolsonaro e do governador Carlos Moisés – vive seus últimos dias no parlamento estadual. Vai sumir no processo de fusão com o Democratas para gerar o União Brasil. Mesmo sem esse processo, a tendência seria sumir da Alesc, já que seus atuais cinco integrantes (eram seis na eleição) planejavam a mudança de sigla. Destes, três concorrerão a deputado federal em 2022: Coronel Mocellin, Felipe Estevão (pelo Ptb) e Ricardo Alba (pelo União Brasil). 

O Psd é outro que deve se renovar no parlamento estadual. Dos quatro deputados estaduais eleitos em 2018, dois são pré-candidatos a vagas na Câmara Federal: Ismael dos Santos e Marlene Fengler. Presidente estadual do partido, Milton Hobus anunciou publicamente que não será candidato à reeleição. O único que deve tentar continuar na Alesc é o ex-presidente da Casa, Júlio Garcia – no entanto, ele afirma que apenas em dezembro tomará esta decisão. 

Completam a turma que vai abrir vaga ano que vem os deputados estaduais Bruno Souza (Novo), que também pretende disputar eleição para a Câmara Federal, e Nazareno Martins (Psb). Neste caso, é uma passagem de bastão: o filho dele, o ex-prefeito palhocense Camilo Martins (Podemos) será o candidato a ocupar a cadeira.

Até o ano que vem a lista 13 desistentes pode até ampliar caso Júlio Garcia opte por não concorrer, o que hoje parece improvável, e se Luciane Carminatti (Pt) tentar concorrer a deputada federal. Desistir de desistir também é sempre uma possibilidade, claro, mas maioria parece consolidada nos novos planos. 

Confirmada a candidatura de nove deputados estaduais a cadeiras na Câmara Federal, será um recorde na política catarinense. O maior precente foi em 2010, quando cinco integrantes da Alesc tentaram alçar voo eleitoral para Brasília: Ronaldo Benedet (Pmdb), Rogério Peninha (Pmdb), Jorginho Mello (Psdb), Onofre Agostini (Democratas) e Pedro Uczai (Pt). Se serve de alento aos ambiciosos de hoje, todos os cinco conseguiram se eleger.

Em 2018, também foram cinco os deputados estaduais que tentaram uma cadeira em Brasília e três tiveram sucesso: Carlos Chiodini (Mdb), Darci de Matos (Psd) e Ricardo Guidi (Psd). Quem ficou pelo caminho foram os petistas Ana Paula Lima e Dirceu Dresch.

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