A frente de esquerda anunciou, após reunião da maioria dos dirigentes, a próxima quarta-feira como data-limite para anunciar quais serão os nomes da chapa majoritária em Santa Catarina. Enquanto a questão parece encaminhada em relação ao governo, com a consolidação da pré-candidatura de Décio Lima (Pt) ao governo, a disputa interna pelo Senado deve motivar debates internos nos próximos dias. Na sexta-feira, poucas horas depois da reunião dos dirigentes, o pré-candidato a senador Afrânio Boppré (Psol) garantiu que o Psol não abre mão da vaga – que também é cobiçada pelo Pdt de Jorge Boeira e que pode ser utilizada para encaixar o Psb do senador Dário Berger.
– Todos temos nossos limites, inclusive nós. Nosso cenário ideal é estar todo mundo junto, mas temos uma posição de manter a pré-candidatura ao Senado. Não sabemos o que o Psb vai fazer, com todo respeito, mas reafirmamos nossa candidatura ao Senado como um ponto que não dá para abrir mão – disse o vereador de Florianópolis.
Afrânio afirma que o Psol fez diversos gestos em outros Estados em nome da unidade das esquerdas e do projeto de eleger o ex-presidente Lula (Pt) em primeiro turno. Citou a retirada da pré-candidatura presidencial do deputado federal Glauber Braga (do Rio de Janeiro) e também das pré-candidaturas de Guilherme Boulos ao governo de São Paulo, de Tarcísio Motta ao governo do Rio de Janeiro, e de Lucas Abraão ao governo do Amapá.
– A gente quer uma reciprocidade. Nossa candidatura ao Senado é inegociável.
Em relação ao desejo do Pdt de disputar a eleição ao Senado para ter um espaço com mais independência para dar palanque ao presidenciável Ciro Gomes (Pdt), Afrânio avalia que deve prevalecer o palanque lulista.
– O Pdt pleiteia, mas como os sete partidos que apoiam Lula vão abrir mão de uma candidatura ao Senado do Lula para botar uma candidatura do Ciro? Queremos o Pdt junto, mas não na candidatura – disse o vereador.
Afrânio não descarta a possibilidade de que a frente de esquerda lance mais de uma candidatura ao Senado, possibilidade prevista após nova interpretação do Tribunal Superior Eleitoral (Tse).
– Vai depender dos partidos. Eu acho que despotencializa as duas, mas se os partidos entenderem que é solução, não sou eu que vou impor.
Sobre a foto em destaque:
Afrânio Boppré em sessão na Câmara de Florianópolis. Foto: Divulgação, Câmara de Vereadores.