A cartofobia do governador Carlos Moisés (sem partido) continua valendo. O catarinense não faz parte do grupo de 20 governador que assinou uma carta rebatendo as acusações do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) de que seriam eles os responsáveis pelos aumentos nos preços dos combustíveis. Bolsonaro tem creditado ao imposto estadual Icms, cujas alíquotas variam entre 25% e 30%, pela alta nas bombas. A carta é breve, apenas um parágrafo, que reproduzo:

“Os governadores dos entes federados brasileiros signatários vêm a público esclarecer que, nos últimos 12 meses, o preço da gasolina registrou um aumento superior a 40%, embora nenhum Estado tenha aumentado o Icms incidente sobre os combustíveis ao longo desse período. Essa é a maior prova de que se trata de um problema nacional e não somente de uma unidade federativa. Falar a verdade é o primeiro passo para resolver um problema.”

A carta é assinada por governadores de esquerda como Rui Costa (Pt da Bahia) e Flávio Dino (Psb do Maranhão) e por presidenciáveis de terceira via como Eduardo Leite (Psdb do Rio Grande do Sul) e João Dória (Psdb de São Paulo), mas também por nome vinculados ao bolsonarismo – entre eles, Romeu Zema (Novo de Minas Gerais) e Cláudio Castro (Psc do Rio de Janeiro). No final de agosto, Moisés foi um dos governadores que rejeitou a ideia de uma carta conjunta em repúdio às falas de Bolsonaro contra a Justiça Eleitoral e o Supremo Tribunal Federal. Na época, defendeu diálogo direto do grupo com o presidente, sem cartas.

Embora Moisés não tenha assinado a nova carta – que é quase um bilhete -, o governo estadual também se esquiva sobre o peso do imposto no aumento dos combustíveis. Em reunião na Assembleia Legislativa, o secretário Paulo Eli (Fazenda) usou o mesmo argumento dos governadores para defender o Estado e disse que a alta dos preços é causada pela política da Petrobras de aplicar aos preços a variação do dólar.

Leia a nova carta dos governadores e veja quem assinou:


Sobre a foto em destaque:

Moisés não assina mais uma carta de governadores com crítica ao presidente Jair Bolsonaro. Foto: Ricardo Wolffenbüttel, Secom.


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